Os neandertais, que deixaram de povoar a
terra há 30 mil anos, tinham capacidade de abstração e representação, e
eram criativos, como evidencia uma gravura em rocha que foi achada na
caverna de Gortham's, em Gibraltar (sul da península ibérica).
Em entrevista coletiva, o pesquisador responsável pelo projeto, o
professor da Universidade de Huelva (sul), Joaquín Rodríguez Vidal,
afirmou que este descobrimento "mudou a percepção que tínhamos dos
neandertais".
As conclusões deste estudo foram reveladas em nível internacional nesta
mesma semana através da revista científica "PNAS" ("Proceedings" of de
National American Society of EUA).
O início da história da descoberta remonta a 2005: nessa data, na parte
mais interna e elevada da caverna, foram escavados os níveis da
indústria Musteriense mais recente do planeta. Os resultados foram
publicados em 2006, na revista "Nature". As escavações arqueológicas
durante 2010 e 2011 conseguiram alcançar o leito rochoso e foi aí onde
foram achadas "linhas entrecruzadas, gravadas na rocha, de aspecto pouco
natural", de acordo com Vidal. "Uma gravura muito simples; não são as
pinturas de Altamira, que tivemos a sorte da natureza conservar, e
posteriormente foram ocultas por sedimentos".
Tudo isso, disse, em uma caverna na qual "o registro é exclusivamente
de neandertais. Com isso certificamos, pela primeira vez, que, por eles
serem os únicos que habitaram nela, se a gravura for original, foi feita
por eles".
Se com este descobrimento fica evidenciada a capacidade de abstração e
representação da espécie, e, portanto, de pensar. "Quer dizer que são
iguais a nós, mas são outra espécie, não abaixo de nós, mas com
capacidade de pensar, abstrair e representar esse pensamento e isso é
algo essencial sobretudo para nos colocar em nosso lugar".
Além disso, o professor consifera que a descoberta "abre uma espécie de
caixa de pandora" que vai servir para que todos os arqueólogos e
especialistas que trabalham em cavernas europeias busquem coisas como
esta, abrindo um mundo novo de descobertas que permitirá avançar no
conhecimento da espécie neandertal". [Fonte: Revista Galileu]
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