Descoberta pode preencher lacunas no estudo da evolução dos seres humanos.
Arqueólogos de Uganda e França anunciaram nesta terça-feira (03/07/2011) a descoberta de um crânio completo de um macaco de 20 milhões de anos. O fóssil foi encontrado perto das encostas do vulcão extinto Napak, no vilarejo de Karamoja, Uganda. A novidade pode auxiliar pesquisadores na compreensão da evolução humana.
"Esta é a primeira vez que um crânio completo de um macaco dessa idade é descoberto. É um fóssil de extrema importância", afirmou em Campala, capital da Uganda, o paleontólogo Martin Pickford, do College de France, de Paris.
O crânio fossilizado pertenceu a um Ugandapitchecus major, primo remoto dos grandes símios atuais. Estudos preliminares mostram que se tratava de um herbívoro que subia em árvores, e que morreu quando tinha cerca de dez anos. Ele possuía a cabeça do mesmo tamanho que a de um chimpanzé e o cérebro do tamanho de um babuíno.
O achado pode dar pistas de como o cérebro do Homo sapiens evoluiu ao longo do tempo, adquirindo o tamanho necessário para se diferenciar de seus antepassados com o desenvolvimento da linguagem e o uso de diversas ferramentas. A equipe acredita que o espécime não tinha um cérebro grande o suficiente para falar, mas o fóssil pode dar algumas evidências da relação entre volume cerebral e ganho de peso, por exemplo. Isso é importante porque pesquisadores podem avaliar o grau de inteligência do primata.
Os restos, preservados pelas cinzas do vulcão durante milhares de anos, serão levados até Paris para serem examinados e documentados antes de serem encaminhados de volta a Uganda, daqui um ano.